Os resultados, publicados na revista “Oncogene”, mostram que diversos hormônios, que também foram produzidos pelo organismo e usados para tratar efeitos colaterais do tratamento anticâncer, estimulam o crescimento de células tumorais resistentes à terapia.
Mulheres com câncer de mama positivo para receptor de estrogênio (RE) em geral mostram uma boa resposta a terapias com inibidores de aromatase ou bloqueadores hormonais. Mas um quarto dos pacientes desenvolve resistência contra as medicações. Essas resistências são causadas em parte por um subconjunto de células cancerígenas, as células CK5. Estudos anteriores já mostraram que a progesterona pode estimular o crescimento dessas células. Mas sabendo que a maioria dos carcinomas de mama RE-positivos se desenvolvem com a interrupção da produção de progesterona, não havia até o momento maior preocupação.
Pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia (Pensilvânia), acabam de testar se outros hormônios neste grupo de 3-cetosteroides, produzidos com frequência pelo organismo em situações de estresse, como glucocorticoides, podem influenciar este processo. Eles expuseram linhagens celulares de câncer de mama a quatro 3-cetosteroides diferentes e determinaram que a dexametasona e a aldosterona levaram a um aumento de quatro a sete vezes o número de células CK5. Os resultados também foram confirmados no câncer de mama desenvolvido em camundongos, mostrando maior resistência à terapia em animais tratados com esses hormônios.
“Não apenas esses esteroides são algumas vezes usados no tratamento do câncer, como também são produzidos naturalmente pelo organismo em resposta ao estresse”, explicou o principal autor Chelain Goodman. Ao adicionar prolactina, foi evitada a expansão das células CK5. No entanto, o hormônio também pode levar a outros tipos de câncer de mama, portanto deve-se proceder com cuidado. Possibilidades alternativas incluíam uma proteína importante para a indução de esteroides de células CK5, ou achar uma alternativa aos esteroides para tratar efeitos colaterais da quimioterapia, disse Goodman.