Muitos estudos científicos já comprovaram que fatores ambientais, como estresse, alimentação, obesidade, sedentarismo e fumo, podem influenciar a capacidade de concepção, mesmo no caso de casais sem problemas de fertilidade. Mais um estudo recente mostrou que a alimentação da mãe antes da concepção também pode afetar as funções genéticas de seus filhos. A pesquisa publicada no periódico inglês “Nature Comunications” demonstrou, pela primeira vez, que a dieta adotada pela mãe antes da gravidez pode afetar permanentemente muitos aspectos da saúde da criança ao longo da vida. Ou seja, o tipo de alimentação tem um efeito significativo sobre as propriedades do DNA dos filhos.
O trabalho foi feito por pesquisadores do Grupo Internacional de Nutrição MRC, do Reino Unido, e da unidade da MRC na Gâmbia, na África Ocidental. Eles contaram com a participação de 2.000 mulheres de uma zona rural do país africano, onde a população depende de alimentos de cultivo próprio.
Do total das participantes, os investigadores selecionaram 84 mulheres grávidas que tinham concebido no pico da estação chuvosa e outras 84 que tinham engravidado no pico da estação seca. Os cientistas mediram a concentração de nutrientes no sangue das participantes e, posteriormente, analisaram amostras do sangue e do folículo dos cabelos dos bebês quando eles já tinham entre 2 e 8 meses de idade. Foi então que descobriram que a dieta da mãe antes da concepção teve efeitos significativos nas propriedades do DNA dos filhos.
Deficiência de nutrientes afeta a metilação
O professor doutor Andrew Prentice, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, fez um estudo recente e descobriu que a metilação pode ser afetada por uma deficiência em nutrientes, levando ao desenvolvimento de doenças. Seu objetivo principal foi definir uma dieta adequada para as mulheres que querem engravidar, algo que seja capaz de impedir a ocorrência de anomalias no processo de metilação. Os resultados mostram, pela primeira vez, que a nutrição e o bem-estar da mãe no momento da concepção podem a forma de os genes serem interpretados em longo prazo.
Licopeno aumenta fertilidade masculina
Se a alimentação da mulher é importante, para o homem não é diferente. O licopeno, substância antioxidante capaz de neutralizar a ação oxidante produzida pelos radicais livres no organismo, pode aumentar a fertilidade nos homens. Esse foi um estudo feito pela Clínica Cleveland de Medicina Reprodutiva, em Ohio, nos EUA. A pesquisa mostra que o licopeno, encontrado no tomate, na melancia e na goiaba, dentre outros alimentos, pode aumentar a contagem de esperma em até 70%. O trabalho é fruto de uma revisão de 12 estudos anteriores. Todos eles mostraram que, além de aumentar a produção, a substância permite mais velocidade e reduz o número de espermatozoides anormais. De uma maneira geral, o licopeno beneficiou os órgãos reprodutores masculinos.