A pressa que nosso cotidiano nos impõe faz com que não observemos a quantidade de açúcares que é distribuída para crianças e adolescentes.
Tudo começa no café da manhã, com cereais coloridos e industrializados, biscoitos ou bolinhos de personagens de desenhos da televisão e achocolatados. No almoço, uma latinha de refrigerante, que pode até ser diet, ou sucos industrializados na caixinha. Para o lanche da tarde, salgados fritos na padaria, salgados refrigerados para esquentar no micro-ondas, pizza, salsicha, hambúrguers.
O problema desses produtos não está somente nas cáries ou na obesidade que eles podem provocar. Eles acarretam também doenças que, segundo cientistas, darão a origem à primeira geração de jovens com a expectativa de vida inferior à de seus pais ou avôs devido ao mau hábito alimentar.
Muitas vezes, associamos a palavra “açúcar” apenas ao açúcar que colocamos na comida para adoçá-la e não percebemos que existe outro açúcar perigoso oculto. Os próprios rótulos trazem a frase “sem adição de açúcar”, mas, se formos analisar a composição dos produtos, notaremos que a informação não é verídica.
Estudos já demonstram que esses açúcares, além de aumentarem a taxa de obesidade infantil, expandem a possibilidade de as crianças de hoje virem a sofrer de síndrome metabólica e de doenças derivadas, como cardiopatia, hipertensão, diabetes e câncer.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou em 2015 uma orientação internacional no sentindo de diminuir a ingestão de açúcares livres (diferentes dos saudáveis que encontramos nas frutas e nas verduras) e confirma o alerta de um estudo que contabilizava mais de 180 mil mortes por ano decorrentes do consumo de alimentos açucarados. O estudo acaba de ser publicado na revista “Journal of Nutrition”. Trata-se de um relatório de uma equipe de pesquisadores espanhóis integrantes da rede Ciberobin que aponta as bebidas açucaradas como causa do aumento do risco do surgimento de uma síndrome metabólica.
E você? Vai continuar com essa alimentação prática para seus filhos?
Texto: Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (NUTRIÇÃO UFMG)
Referência: http://brasil.elpais.com/