Além de exterminar larvas de mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, planta ajudará a não contaminar a água ou o solo com produtos químicos.
Um dos projetos selecionados na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao vírus zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti traz como estratégia o combate às larvas do mosquito através da ação fotodinâmica. A técnica foi criada por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos. “As larvas vão comer um pozinho que é colocado na água e elas vão morrer, como se fossem queimadas, quando entrarem em contato com a luz”, explica um dos coordenadores do estudo, Vanderlei Salvador Bagnato.
Com mais de dois anos de estudos e trabalhos publicados, o objetivo do grupo, além de exterminar as larvas, era desenvolver uma tecnologia que não contaminasse a água ou o solo com produtos químicos. Por isso, foi utilizado nos experimentos uma substância que facilmente pode ser encontrada na flora brasileira.
“O princípio desse estudo é fazer a larva ingerir uma substância que quando ativada pela luz possa produzir uma ação tóxica que a mate. Então da raiz da curcumina (açafrão) nós extraímos uma molécula e a transformamos em pó”, detalha Vanderlei.
O pó pode ser jogado durante a noite, para que quando a luz do sol aparecer, as larvas já o tenham comido e assim sejam exterminadas. O efeito da substância pode ser ativado tanto pela luz solar, como pela artificial. A água, nesses ambientes, não terá as características modificadas, já que a própria luz também faz com que a substância, derramada em pó, desapareça por foto degradação.
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (Nutrição – PUC)