Você sabia que aquilo que está na geladeira ou despensa pode perder o valor nutricional mesmo que o alimento ainda esteja próprio para consumo?
Todos os produtos que compramos trazem, na embalagem, a data de validade: período que indica até quando podem ser consumidos. Mas não é apenas o alimento em si que possui vida útil, o nutriente dele também. Um estudo publicado no periódico Journal of Food Science (EUA) atesta que algumas substâncias podem perder as propriedades nutricionais com o passar do tempo e as formas como você armazena esses produtos influencia também esse processo.
Os nutrientes ficam instáveis quando expostos à luz, calor, ar e cozimento. Mas a colheita e os diversos tipos podem influenciar na conservação dos nutrientes, assim como as condições de manuseio e estoque.
Em alguns produtos, é possível determinar o quanto do valor nutricional reduz ao longo do tempo. Em casos como o do açúcar e da farinha de trigo, é mais difícil quantificar essa perda. Em função da umidade, há aumento ou diminuição do processo de oxidação do alimento, sejam eles carboidratos, lipídios e proteínas. Cada estrutura vai agir de uma maneira diferente. Quanto maior o nível de umidade, maior a deterioração.
Dicas
Reunimos aqui alguns produtos comuns à mesa do brasileiro para verificar as perdas nutricionais. Com a ajuda de um professor especialista em Medicina Preventiva e de um membro do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA), listamos qual é a perda nutricional sofrida poresses alimentos, assim como as particularidades acerca desses efeitos. Veja a seguir o processo de deterioração.
Café: A vida útil do grão torrado, depois de aberto, em temperatura ambiente, é de três dias. Em embalagem especial, é de três semanas. Já a do grão torrado e moído é de um dia e duas semanas. Nessas condições, o café perderá algo em torno de 40% da efetividade de seus nutrientes. Como alimento funcional, foi associado à diminuição da incidência de diabetes.
Chá-verde: contém catequinas, antioxidantes associados à redução do risco de alguns tipos de câncer. Após seis meses, há perda equivalente a 32%.
Cenoura e ervilha: os benefícios nutricionais caem 10%. A cenoura e a ervilha são ricas em betacaroteno e vitamina C.
Vagem: contém minerais como cálcio, fósforo e ferro e vitamina A. Perde 45% de nutrientes.
Brócolis: enriquecido de vitaminas A e C, flavonoides, glucosinatos e fitoestrógenos. Seus aspectos nutritivos são reduzidos em 25%. O mesmo acontece com a couve-flor
Arroz branco e o integral: o primeiro tipo é escasso em nutrientes. O segundo é rico em proteínas, fósforo, ferro, cálcio e vitamina B. Indica-se o consumo em até três meses, período em que perde 45% do valor nutricional.
Feijão: rico em lipídios, é muito suscetível à oxidação. Se ficar muito tempo guardado, o grão endurecerá. O contato com lugares úmidos é prejudicial. E a perda nutricional não pode ser definida.
Fonte: Revista Viva Saúde/ed 138