Respot do colega @drmarcialgervasio
Já perceberam que dificilmente quando olhamos o rótulo de um alimento industrializado vem escrito que contém gordura trans? Quase todos são “livres” de gorduras trans, repararam? Como assim? Vamos desvendar esse “mistério” hoje!
É que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prevê que produtos com até 0,2 gramas (g) desse tipo de gordura POR PORÇÃO podem informar que não contêm o item na composição. A agência tolera até 20% de erro para mais ou menos em alguns nutrientes – entre os quais, a temida trans. Com isso, a indústria alimentícia estampa em suas embalagens dizeres “zero”, “isento”, “não contém” mesmo quando, em alguns casos, o alimento contém a substância. O que a indústria faz então? Coloca no rótulo as informações nutricionais referentes a uma porção menor, deixando a gordura trans por porção menor que 0,2g e anunciando “livre” então!
Veja o exemplo de um pacote de bolacha recheada, de 150g.
Na embalagem, a informação nutricional se refere a apenas 30g, o que corresponde a cerca de 3 unidades do produto. Se em 3 bolachas é identificada a quantidade 0,2g de gordura trans, o produto, por lei, pode divulgar a quantidade zero! Mas, ao comer o pacote, você pode estar ingerindo 1g de gordura trans!
Lembrando que não há quantidades diárias seguras para o uso desse veneno!
A manipulação fica mais visível ainda quando você olha novamente o rótulo buscando os componentes – DIZ QUE NÃO TEM GORDURA TRANS, MAS TEM GORDURA HIDROGENADA (ou VEGETAL)! Como assim? Gordura hidrogenada = Gordura trans! (Por natureza, gordura vegetal, gordura hidrogenada, possuem gordura trans).