A melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é um hormônio produzido pela glândula pineal que apresenta vários mecanismos de ação em nosso organismo.
Conhecida como o hormônio do sono, ela regula os ciclos circadianos (dormir/acordar). Sua produção é estimulada pela noite (a escuridão é requisito para sua liberação, razão pela qual sua concentração é maior à noite) e inibida pela luz (durante o dia, a melatonina se transforma em serotonina, o hormônio do bom humor).
A redução da melatonina pode estar relacionada a vários fatores, como carência nutricional, uso de substâncias químicas (remédios), estresse e o próprio envelhecimento. Com o estresse do dia a dia, o organismo passa a produzir mais cortisol e adrenalina, os quais elevam os índices de radicais livres, tornando as células mais expostas a lesões (REITER E ROBINSON, 1995).
Além de possuir a característica que todos conhecem, como ajudar no sono, a melatonina é um antioxidante bastante eficaz, prevenindo danos celulares provocados por radicais livres. Além disso, a melatonina:
• é um anti-inflamatório
• é um anti-hipertensivo
• possui efeito antinoceptivo (redução da percepção da dor)
Uma pesquisa feita no Hospital Brigham and Women, da Universidade de Harvard, nos EUA, e publicada no “Journal of the American Medical Association” (Jama) concluiu que a diminuição da secreção de melatonina está relacionada a uma maior chance do aumento da resistência à insulina, com maior probabilidade do desenvolvimento do diabetes tipo 2 em adultos, além de de uma indução à ocorrência de distúrbios do sono.
O triptofano é o aminoácido responsável pela produção da melatonina, estando presente em alimentos como leite, laticínios, nozes, castanhas, batatas, banana e abacate. Para que o hormônio ajude as pessoas a terem um bom sono, é necessário que o indivíduo mantenha rotinas diárias, ou seja, faça refeições nos mesmos horários e siga horários para dormir e acordar.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas, chegaram à conclusão de que a reposição da melatonina pode contribuir para restaurar um estado mais saudável no organismo.
Dr. Lucas Penchel e Marcela Fernandes (Nutrição UFMG)
Referência: “Journal of the American Medical Association” (Jama), abril de 2012.
Cipolla-Neto, J; Amaral, FG; Afeche, SC; Tan, DX e Reiter, RJ. Melatonin, energy metabolism, and obesity: a review. J. Pineal Res. 2014. Doi:10.1111/jpi.12137-