O popular hormônio do sono ganhou mais um atributo para compor sua extensa lista de potencialidades, entre as quais está o auxílio no emagrecimento, no tratamento do mal de Parkinson e no combate ao câncer.
Mais recentemente, descobriu-se que a melatonina também melhora a performance esportiva. A afirmação está sustentada nos resultados da pesquisa realizada pelo professor Wladimir Rafael Beck, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Campinas (Unicamp).
Com base nesse estudo, é possível concluir que a melatonina tem um efeito ergogênico, ligado à produção de trabalho, mais potente que o protetor, de acordo com Beck. Antes de dar início à pesquisa, ele tinha como hipótese que a propriedade anti-inflamatória da substância poderia causar a ergogenia. “A surpresa veio com o fato de que, mesmo com mais inflamação no tecido, mais danos ao tecido e mais estresse oxidativo, o animal (a experiência foi realizada com ratos) continuou fazendo o exercício”, destaca.
O pesquisador lembra que os roedores são animais de hábitos noturnos. Portanto, diferentemente do homem, o rato tem o período de vigília à noite, quando foram obtidos os melhores resultados da pesquisa. Assim, Beck pondera que o efeito das doses de melatonina aplicadas nas cobaias pode ter potencializado a atividade física devido à forma como vivem esses animais. “Por isso, é preciso explicar os mecanismos que levaram a uma ergogenia tão fantástica e transferir esse tipo de pesquisa para o modelo humano, que tem melhor estado de vigília durante o dia”, afirma.
Pelo tema inédito e pelos resultados alcançados, a tese está entre as premiadas deste ano pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Texto: Dr. Lucas Penchel e Stefani Rocha (curso de nutrição da PUC Minas)