A deficiência materna de vitamina D durante a gravidez tem sido associada ao comprometimento do desenvolvimento neurocognitivo na infância. O mecanismo pelo qual a vitamina D afeta a neurocognição da infância não é claro, mas pode ser através de interações com serotonina, um neurotransmissor envolvido no desenvolvimento do cérebro fetal.
Neste estudo, objetivou-se explorar as associações entre as concentrações de vitamina D materna e fetal e as concentrações de serotonina fetal.
As concentrações séricas de 25-hidroxivitamina D (25 (OH) D, nmol / l) e serotonina (5-HT, nmol / l) foram medidas no sangue materno e do cordão umbilical de pares mãe-bebê (n = 64). A associação entre 25 (OH) D materna, e a serotonina do cordão foi explorada utilizando regressão linear, antes e após o ajuste para os níveis de serotonina materna.
Avaliaram-se também os efeitos da destruição de sRNA do receptor de vitamina D (VDR) e a administração de 1,25-dihidroxivitamina D3 a 10 nm na secreção de serotonina em células endoteliais de veias umbilicais humanas (HUVECs) in vitro.
Foi possível observar uma relação inversa entre as concentrações de 25 (OH) D da mãe e do cordão com as concentrações de serotonina do cordão umbilical. O tratamento com 1,25-dihidroxivitamina D3 in vitro diminuiu a libertação de serotonina (193,9 ± 14,8 nmol / l vs 458,9 ± 317 5 nmol / l, controlo, P <0, 05).
Estas observações fornecem a primeira evidência de uma relação inversa entre as concentrações materna de 25 (OH) D e de serotonina fetal. Propomos que a deficiência materna de vitamina D aumenta as concentrações de serotonina fetal e contribui, assim, para o comprometimento neurocognitivo a longo prazo em lactentes e crianças.